"Vejo-me triste, abandonada e só
/
Bem como um cão sem dono e que o procura, /
Mais pobre e desprezada do que Job /
A caminhar na via da amargura! /
Judeu Errante que a ninguém faz dó! /
Minh'alma triste, dolorida e escura, /
Minh'alma sem amor é cinza e pó, /
Vaga roubada ao Mar da Desventura! /
Que tragédia tão funda no meu peito! /
Quanta ilusão morrendo que esvoaça! /
Quanto sonho a nascer já é desfeito! /
Deus! Como é triste a hora quando morre... /
O instante que foge, voa, e passa... /
Fiozinho de água triste... a vida corre..." /
(Hora que passa, de Florbela Espanca)
2 comentários:
O seu Blogue constitui um espaço agradável e muito interessante. Continue e parabéns.
Obrigado pelo incentivo!
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