domingo, 15 de junho de 2008

A Sabedoria

"Os homens sábios ensinaram-nos que não basta escolher, entre os males o menor, mas também tirar deles todo o bem que possam conter."
(Cícero)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Novo Blog

Visitem e comentem também o meu novo blog www.encruzilhadasdavida.blogspot.com

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Consistência dos Sonhos

Exposição da vida de José Saramago
Veja mais informação aqui

Dia Mundial do Livro

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."
(Mário Quintana)
Hoje é Dia Mundial do Livro!
Por todo o país, foram organizadas algumas iniciativas com o intuito de comemorar um dos veículos principais de transmissão de conhecimento e de prazer.
Caros Leitores, festejem também este dia... para isso, basta pegar num livro e deixarem-se entrar no mundo das letras, do sonho e da fantasia. Boas leituras!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Literatura em imagens

Cristina Nobre, autora deste magnífico livro, merecia já há algum tempo um destaque no meu blog não só pelo excelente trabalho de investigação que trilhara ao longo do seu percurso, mas também pelas 'dicas' altruístas que me deu em pequenos estudos literários que desenvolvi.
Nesta obra de arte, temos acesso a inúmeras coisas que até agora eram ignotas. São pequeninas coisas, mas muito significantes, que nos transportam para o mundo existencial e tão comum (como o nosso) do escritor Afonso Lopes Vieira. Um álbum onde encontramos fotografias inéditas que descrevem a vida de um dos mais notáveis escritores da nossa literatura.
Um orgulho nacional para todos nós!

quarta-feira, 26 de março de 2008

O mito de Ifigénia em Eurípides

Em Áulide, não há ventos favoráveis. Agamémnon, incitado pelo exército que quer vencer e ameaçado o seu posto de chefia, sujeita-se a sacrificar a sua querida filha. Para tal, ordena a sua vinda do Palácio ao engano, dizendo-lhe que viria ali para desposar Aquiles, herói que nada sabe.
A peça inicia-se com um Agamémnon fraco e arrependido, que tenta enviar um ancião para revelar a verdade e impedir a chegada de Ifigénia. Porém, esta tentativa não teve qualquer êxito. A jovem chega e assistimos a uma enorme tensão com o exército e revolta de Aquiles.
Quando a acção parece alcançar um impasse, Ifigénia caminha voluntariamente para o sacrifício, num gesto de coragem e abnegação, que simboliza o sangue dos inocentes, dos ainda puros e não pervertidos, que redime as incongruências dos grandes chefes.
É este sangue que, no último momento, de uma forma inexplicável, os deuses não aceitam. Ártemis faz desaparecer Ifigénia, e em seu lugar coloca uma jovem corsa para o sacrifício.
Assistimos, então, a um final inesperado, em que a intervenção dos deuses poupa o ser humano de situações pouco aceitáveis. O sacrifício de um inocente permite a percepção do excesso.
Uma tragédia forte que não se pode deixar de ler!

sábado, 22 de março de 2008

Dia Mundial da Poesia

Quando escrevo este post, já terminou o dia dedicado à celebração da Poesia. Porém, só agora tive disponibilidade para escrevinhar algumas linhas sobre esta forma literária que nos transporta para um mundo diferente, onde podemos sonhar, reflectir e viver. Sim, porque a Poesia é, muitas vezes, o espelho da alma do seu autor, mas também do ser humano que se dedica ao prazer da sua leitura. A verdadeira mensagem só o poeta a conhece, só ele sabe porque usou determinada palavra, enfim, só ele sabe explicar porque modelou o texto poético daquele modo...mas a pluralidade de significações atribuídas pelos leitores contrói um puzzle que enriquece a Poesia.
Desfrutem este poema:
"Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."
(António Gedeão, Pedra Filosofal)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cartas de Amor

"Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas."
(Fernando Pessoa)

sábado, 26 de janeiro de 2008

A Escrita e a Cidadania

Muito recentemente, realizou-se, em Leiria, o II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, organização do Instituto Politécnico da cidade. A iniciativa, subordinada ao tema “A Escrita e a Cidadania”, procurou criar um espaço de reflexão e discussão sobre o papel dos Escritores e da Literatura no contexto da formação para a cidadania. Para tal, estiveram presentes cerca de duas dezenas de escritores não só portugueses, mas também provenientes de países de expressão portuguesa. Devo aqui destacar 4 momentos que me tocaram de forma particular. Vejamos então:
1) A homenagem ao Poeta Manuel Alegre. Natural de Águeda, poeta e político português, desde muito cedo demonstrou as suas convicções políticas e cívicas. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi um grande opositor ao regime salazarista. Foi na escrita que encontrou forma de dar voz aos seus pensamentos e aos seus ideais. Tem sido condecorado com vários prémios literários. Deixo-vos aqui um pequeno excerto de um célebre poema da sua autoria:
“Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.”
(“Trovas do vento que passa”)
2) O tom provocatório de José Jorge Letria. Embora estivesse inserido no painel “Infância e Juventude – Literatura e desenvolvimento pessoal”, este escritor da literatura infanto-juvenil procurou ir mais além e acordar as mentes adormecidas para a vulgaridade e embriaguez mediática a que está sujeita a Literatura. Defendeu que só os verdadeiros autores da literatura dão azo à criação artística e lançou uma feroz crítica aos outros (governantes, amigos de governantes, dirigentes futebolísticos, treinadores de futebol, strippers, etc.) que recorrem à escrita de um livro como meio de auto-promoção, dando eco às banalidades que nos rodeiam. Para José Jorge Letria, a criação literária é um acto de cidadania.
3) A intervenção de Rui Zink. Num discurso a que já nos habituou, o Professor / Escritor falou sobre “Jornalismo e Literatura – Caminhos Cruzados”. Através de ironias, metáforas e muitas comparações, alertou-nos para a necessidade de existir um distanciamento entre a escrita jornalística e literária, para que a obra seja verdadeira criação artística. Na verdade, alguns jornalistas que ousam escrever um livro pecam pela excessiva ligação ao estilo a que estão habituados, por questões profissionais. Mais. Rui Zink acredita que a carreira de uma pessoa pode influenciar bastante a história que se cria... basta pensarmos como escreveria António Lobo Antunes se não fosse médico psiquiatra ou se Antoine Saint-Exupéry teria escrito “O Principezinho” não sendo ele próprio piloto-aviador.
4) O exemplo de Vasco Graça Moura. Homem dos sete ofícios, deixou-nos o seu testemunho sobre a Poesia. Numa só palavra... Excelente!
Um encontro marcado pela partilha de opiniões, de vivências experimentadas e de um autêntico prazer de ler e ouvir Literatura...