domingo, 30 de dezembro de 2007

2008

quero o sol
a chuva
o sonho
e o mar
quero o mundo
quero a união
não quero a indómita solidão
não quero a guerra
quero a paz
quero a justiça
a fraternidade
o respeito
a boa vontade
quero a felicidade
olhando o desempregado
quero vaguear pelas ruelas
e senti-lo recompensado
quero a saúde
quero a tolerância
não quero o egoísmo
a inveja
nem a pobreza
quero saber que todo o sem-abrigo
tem sopa na mesa
quero abrir a janela
ver o sorriso de uma criança
quero sair a porta
e olhar ar de esperança
quero a ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal!

Desejo a todos os meus leitores um SANTO NATAL!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Paraíso

"Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria."
(Jorge Luís Borges)

Neste Natal...

Que neste Natal todas as pessoas sigam a conduta da protagonista do conto “A Noite de Natal” da nossa querida escritora Sophia de Mello Breyner Andresen. “A Noite de Natal” é uma narrativa infanto-juvenil que conta a história de uma menina, a Joana. A Joana era uma menina solitária, que não tinha amigos. Um dia, enquanto brincava no seu jardim, construindo casas de musgo, passou um menino, o Manuel, e logo se tornaram amigos. Passados alguns meses, chegou a noite de Natal e, na casa de Joana, começavam os preparativos para a grande festa. Durante todo o dia e noite, Joana esteve preocupada com o seu amigo, pensando como seria o seu Natal. Esta preocupação ia crescendo à medida que uma das empregadas dizia, insistindo, que o Manuel não teria Natal, porque era pobre. Esta situação desolou Joana, que, aproveitando a saída de todos para a missa do Galo, saiu de casa e penetrou no pinhal, em busca da cabana onde supostamente viveria o seu novo amigo, para com ele dividir os presentes que tinha recebido. Deixo-vos aqui um pequeno excerto: Subiu a escada e foi para o seu quarto. Os seus presentes de Natal estavam em cima da cama. Joana olhou-os um por um. E pensava: - Uma boneca, uma bola, uma caixa de tintas e livros. São tal e qual os presentes que eu queria. Deram-me tudo o que queria. Mas ao Manuel ninguém deu nada. E sentada na beira da cama, ao lado dos presentes, Joana pôs-se a imaginar o frio, a escuridão e a pobreza. Pôs-se a imaginar a Noite de Natal naquela casa que não era bem uma casa, mas um curral de animais. “Que frio lá deve estar!”, pensava ela. “Que escuro lá deve estar!”, pensava ela. “Que triste lá deve estar!”, pensava ela. E começou a imaginar o curral gelado e sem nenhuma luz onde Manuel dormia em cima das palhas, aquecido só pelo bafo de uma vaca e de um burro. - Amanhã vou-lhe dar os meus presentes – disse ela. Todas as pessoas deviam ser como a Joana, porque está nas mãos de todos nós darmos lugar à solidariedade, ao respeito, à dignidade, à fraternidade, à tolerância e à justiça. Mas estes são valores que não podem surgir na mente do ser humano apenas na época natalícia, mas sim permanecer durante os 365 dias do ano. Que todas as famílias se reúnam e, num ambiente de paz e de boa vontade, celebrem mais um Natal...

domingo, 9 de dezembro de 2007

Sentimento da solidão desesperada

"Vejo-me triste, abandonada e só
/ Bem como um cão sem dono e que o procura, / Mais pobre e desprezada do que Job / A caminhar na via da amargura! / Judeu Errante que a ninguém faz dó! / Minh'alma triste, dolorida e escura, / Minh'alma sem amor é cinza e pó, / Vaga roubada ao Mar da Desventura! / Que tragédia tão funda no meu peito! / Quanta ilusão morrendo que esvoaça! / Quanto sonho a nascer já é desfeito! / Deus! Como é triste a hora quando morre... / O instante que foge, voa, e passa... / Fiozinho de água triste... a vida corre..." /
(Hora que passa, de Florbela Espanca)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Escritores preferidos

António Lobo Antunes
Aos 65 anos e após 22 obras publicadas, ele é o nosso eterno Nobel adiado. Todos os grandes prémios já são seus: Camões, União Latina, Jerusalém. Psiquiatra de formação, tornou-se escritor por empurrão de Daniel Sampaio, em 1979, com ‘Memória de Elefante’, a primeira de muitas obras, da chancela da D. Quixote, onde acerta contas com os anos da Guerra Colonial (1970-1973).
José Rodrigues dos Santos
Nasceu em Moçambique há 42 anos e é jornalista desde 1981. Com créditos firmados na área, mantém-se no activo na RTP e na Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona. Como escritor, publicou até à data quatro ensaios e cinco romances. A estreia deu-se com ‘A Ilha das Trevas’ (2002), este ano reeditado pela Gradiva, sua actual editora. Desde então, quando edita, 100 mil vendas são o alvo!
Margarida Rebelo Pinto
Margarida Rebelo Pinto licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade Clássica de Lisboa e abraçou o jornalismo até que, em 1999, descobriu a galinha dos ovos de ouro ao escrever e ser premiada por ‘Sei Lá’. Seguiram-se seis romances, quatro livros de crónicas, um livro para crianças, uma biografia...
José Luís Peixoto
Natural de Galveias, onde nasceu há 33 anos e foi crescendo entre gente de “idade maior”, a quem carinhosamente chama os seus velhos, foi sobre eles que escreveu em ‘Cal’, o seu oitavo livro, onde cruza géneros diversos, sob o selo da Bertrand. José Luís Peixoto é, juntamente com Gonçalo M. Tavares, o rosto da nova geração de autores desde que, em 2000, teve estreia premiada com ‘Morreste-me’.
José Saramago
O Nobel de Literatura de 1998 nasceu há 84 anos na Azinhaga do Ribatejo mas antes dos três anos já estava em Lisboa, cidade que só trocou por uma ilha, Lanzarote. Foi serralheiro e jornalista e muitas coisas. Em 1975 passou a viver da escrita editada pela Caminho. O primeiro prémio chegou em 1979 e, com ele, estava dado o primeiro passo para Estocolmo. ‘Mente sã em corpo frágil’, último novo livro.
Miguel Sousa Tavares
Filho de uma poetisa e de um advogado (Sophia de Mello Breyner Andresen e Francisco Sousa Tavares), começou pela advocacia que trocou pelo jornalismo que trocou pela literatura... Escreveu sobre crónicas e reportagens, contos e viagens mas foi ao primeiro romance que o fenómeno se deu e ‘Equador’ (2003) vendeu já 300 mil exemplares.
(Texto escrito retirado do jornal "Correio da Manhã")

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Pensamento

"Os homens compram tudo pronto nas lojas... Mas como não há lojas de amigos, os homens não têm amigos."
(Antoine de Saint-Exupéry)

L'essentiel est invisible par les yeux...

Le Petit Prince est d'une actualité incroyable de par son message de renouvellement des sentiments d'amour, d'amitié et de solidarité. Bien que nous ne soyons pas en guerre, notre société est, sans contestation, complètement envahie par la corruption et l'égoisme de chacun. Le Petit Prince donne, symboliquement, l'idée que pour s'en sortir, il faut faire attention aux autres et surtout aux enfants parce qu'ils seront la société de demain. Il ne faut pas que nous nous laissions envahir par tous ces maux qui ont envahi notre société parce que nous n'avons pas su nous en débarraser à temps (les baobabs nous donnent le message). Il faut que, tout comme le Pilote, nous prenions le temps de nous intéresser, de nous occuper pour qu'être société se régérére. En conclusion, quoi que nous fassions, nous ne devons jamais oublier qu' "on ne voit bien avec le coeur; l'essentiel est invisible par les yeux."

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Estado de espírito

"Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste."
(Fernando Pessoa)

domingo, 4 de novembro de 2007

"Maddie 129"

Maddie 129, da autoria dos jornalistas Hernâni Carvalho e Luís Maia, é o primeiro livro sobre o desaparecimento da menina inglesa de 4 anos, Madeleine McCann. As 208 páginas do livro permitem-nos relembrar todos os acontecimentos vividos desde o dia 3 de Maio até à manhã do dia 9 de Setembro, data da partida dos pais, Gerry e Kate, e dos irmãos, Sean e Amelie, da pequena Maddie. Contradições, dúvidas, incongruências e muitas perguntas sem respostas são os ingredientes deste registo. É o resultado de um forte trabalho de investigação dos dois jornalistas, que procuraram sempre desmistificar os mistérios, através do contacto com fontes possíveis, incluindo a Polícia Judiciária. Certamente, um livro para reavivar a memória dos Portugueses e para inquietar a mente da família McCann... Don´t you forget about Madeleine!

sábado, 3 de novembro de 2007

"Rio das Flores"

O novo romance de Miguel Sousa Tavares conta-nos a história de uma família latifundiária alentejana, durante 30 anos. Alentejo, Espanha e Portugal constituem o cenário desta narrativa. Para dar veracidade ao seu discurso, o autor passou mais de um ano a documentar-se sobre factos históricos daquelas três décadas do século XX, entre 1915 e 1945. Esperemos que seja mais um sucesso deste escritor, que nos cativa com o seu estilo simples e muito próprio...

A Natureza de Sophia

É evidente a relação privilegiada que Sophia de Mello Breyner Andresen estabelece com a Natureza. É nos quatro elementos primordiais – terra, água, ar, fogo– que a escritora procura a relação pura e justa do ser humano com a vida e com os outros. A Natureza adquire diferentes significados e simbologias, consoante o contexto em que se insere. Certo é que pode surgir associada à ideia de beleza poética, ao enigmático e ao misterioso, ao reencontro do eu na solidão, à comunhão com o que há de mais puro e primitivo, à verdade antiga das coisas, à dimensão ontológica da filosofia existencialista de Heidegger. Neste sentido, a sua obra é marcada por uma certa comunhão com os elementos da Natureza – o vento, o luar, as árvores, os pássaros, a noite -, sendo o mar (as conchas, os búzios, os polvos, a espuma, a areia) um cenário primordial, que surge dotado de significados potenciais. O mar pode simbolizar a beleza e a serenidade, a expressão do eu, a purificação, a vida e a morte. As suas profundezas, onde se ocultam monstros misteriosos, são também as profundezas do subconsciente, onde se escondem os segredos e as forças mais íntimas da alma. É na praia que Sophia pode observar o mar, e onde encontra os seus símbolos mais autênticos e a sua respiração vital. O mar é o símbolo da vida e da morte. As águas em movimento mostram a dinâmica da vida e é no espaço aquático que se escondem os segredos mais profundos do ser e do mundo. A água é a alegoria da nossa existência. É o princípio de todas as coisas. Tudo vem do mar e a ele regressa. Consideramos, então, que a praia é o lugar de percurso, de partida, de reencontro, de renovação, de contemplação, de eternidade, de libertação e de esperança de regresso do post mortem, para recuperar as coisas não vividas e torná-las em experiências saboreadas:
“Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar”
Como manifestação negativa da Natureza, Sophia aponta a cidade, lugar de escravidão, de incerteza, de medo e de injustiça. Para esta escritora, é a união com os elementos naturais que levará à criação de um mundo melhor e mais justo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Imperfeição do Amor

"Ninguém pense encontrar a perfeição no amor, porque o amor se é amor não é perfeito..."
(Joaquim Mestre)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Aos Amigos!

Um dia, a maioria de nós irá separar-se... Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre!... Hoje não tenho tanta certeza disso. Em breve, cada um vai para seu lado seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas "cartas" que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices. Aí vão passar dias, semanas, meses, anos, até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo... Um dia, os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão "Quem são aquelas pessoas?" Diremos que eram nossos amigos e isso vai doer tanto!... "Foram Meus Amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!" A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto, reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então, faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo... FERNANDO PESSOA

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Quando o coração comanda...

"E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te e vai para onde ele te levar."
Esta belíssima história, "Vai aonde te leva o coração" de Susanna Tamaro, narra as experiências de vida de três personagens femininas de diferentes gerações. O leitor não pode ficar indiferente à emoção e à transparência expressadas. Conhecemos os sonhos, os anseios, os problemas e os ideais das três mulheres. É um livro comovente, cativante e que não conseguimos deixar de ler... Simplesmente, extraordinário!
Uma história em que o amor se transforma no ingrediente principal!

sábado, 13 de outubro de 2007

As aventuras de Teodora

Teodora é uma personagem fantástica da literatura infanto-juvenil. Criada pela escritora Luísa Fortes da Cunha, a menina que tem seis irmãos transforma-se em fada, quando atinge 12 anos de idade. Vive com os grandes amigos Alex e Gil, com quem partilhará experiências extraordinárias nas ilhas encantadas dos Açores. Aí, cada lugar e cada recôndito podem ser símbolo de passagem secreta para um mundo maravilhoso. Através da aproximação das fadas, gnomos e duendes ao mundo real das crianças e jovens, a autora narra-nos histórias fascinantes, recheadas de magia, enigmas e muitos mistérios.
Livros: 1. Teodora e o Segredo da Esfinge 2. Teodora e a Poção Secreta 3. Teodora e os Três Potes Mágicos 4. Teodora e o Livro dos Feitiços 5. Teodora e o Caldeirão Sagrado 6. Teodora e as Estátuas Misteriosas 7. Teodora e a Ilha Invisível 8. Teodora e o Relógio Mágico 9. Teodora e os Anéis Lendários 10. Teodora e o Mistério do Vulcão

sábado, 29 de setembro de 2007

"Os Lusíadas", Poema de Fundação Nacional

"Os Lusíadas" de Luís de Camões, poema épico, tem como núcleo central estruturante da obra a viagem inaugural de Vasco da Gama à Índia (1948). A viagem deste navegador estava já muito remota e bastante tratada discursivamente para aparecer como evento histórico marcante. Quando Camões vai à Índia, fá-lo num período de declínio do Império português no Oriente. Assim, a epopeia surge como uma forma de exaltação de um Império já conscientemente crepuscular.
Desde há muito tempo que se ansiava em Portugal por um poema de vitórias; desde a expansão portuguesa, que marcou a verdadeira abertura ao "outro", que se sentia a necessidade de celebrar a entrada numa nova fase da Humanidade. Esta vontade de escrever uma epopeia era profundamente humanista, assim como era o pensamento camoniano.
Cumprido esse desejo por parte de Camões, herdámos uma obra símbolo de um mundo axiologicamente marcado por princípios épicos/guerreiros muito próprios. O intuito do autor é (re)fundar a nação, a visão de Portugal pelos portugueses e pelos estrangeiros. Pretendia sublimar a glória de um dos primeiros países no tempo, com fronteiras territoriais bem definidas. Daí a sua preocupação em produzir uma arqueologia e uma genealogia portuguesas.
A epopeia camoniana divide-se em 4 planos: o da viagem, o da narração histórica, o mitológico e o das considerações do Poeta. É através destes planos e pelo discurso de Vasco da Gama e de alguns deuses que tomamos contacto e conhecimento com o espírito de aventura, a universalidade, a heroicidade e a religiosidade, valores inerentes à empresa dos descobrimentos/navegações, que adquirem toda a dimensão estética que vai permitir a fusão harmoniosa da imagem nacional/imperial ambicionada pela política nacional de então.
A nação portuguesa é apresentada no poema como centro de uma pátria de fronteiras em expansão. "Os Lusíadas" converteram-se na metáfora privilegiada da nação, contribuindo dessa forma para a criação da imagem que temos da nossa identidade.
A universalidade camoniana inclui toda a aventura ética, estética e religiosa que a travessia implicou em termos pessoais e nacionais. São estes aspectos narrados, que aliados à cultura recebida do Humanismo, se tornam símbolos de uma nação em expansão, Portugal. Esta epopeia é o reflexo não só da aventura vivida pelo povo, mas também a do próprio autor.
Com este poema temos acesso aos acontecimentos que foram ocorrendo ao longo dos tempos e que tornaram Portugal num país duplamente central: centro face à Europa como descobridores de novos mundos e centro face aos outros na Europa.
"Os Lusíadas" exprime a ideia de Portugal como núcleo de expressão, ideário do renascimento. Um olhar em busca do projecto imperial de D. Manuel, com aspectos medievais, como o messianismo, a missão de expandir a fé e restaurar o poder de Jerusalém.
É, de facto, a história da fundação do nosso país enquanto nação, desde os seus primórdios até à sua vontade de expansão à escala planetária, divulgando a fé e o cristianismo tão característicos dos Portugueses.

sábado, 8 de setembro de 2007

"A Estrela de Joana"

O livro de Paulo Pereira Cristóvão é uma ponte para o conhecimento de (quase) todos os corredores de uma investigação policial. Com a sua notável experiência de inspector, aliada ao seu lado humano, procura mostrar-nos o dia-a-dia, os pensamentos, os dilemas e o sofrimento dos inspectores da Polícia Judiciária. Mais do que uma nova visão de tudo o que se passou, "A Estrela de Joana" é "uma homenagem à Joana, que sofreu mais do que todos juntos. É uma pequena-grande criança." Um livro que esclarecerá e fará chorar o leitor mais sensível...
Diríamos que, tal como esta menina, também Maddie McCann é uma estrela, um anjinho, que está presente na vida de todos nós. Talvez um dia possamos ler um livro de homenagem ao seu sofrimento na parca vida que teve...

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

La lectura...

"...leer puede que tenga el valor de hacermos más críticos, más reflexivos, más solidarios y tolerantes, más autónomos: puede dar la posiblidad de pensar por uno mismo, con lo que se convierte en herramienta imprescindible ..."
(Puertas a la lectura)
A Literatura promove a interacção, a socialização e a participação, preparando-nos para as contínuas mudanças da vida, auxiliando-nos a fomentar valores e crenças, desenvolvendo a nossa capacidade imaginativa e criadora e aumentando o nosso sentido crítico e estético. Além disso, detém um papel libertador e de tolerância. Quando lemos um livro, conseguimos compreender o melhor e o pior de um povo, de uma cultura, pois nele cabem emoções, gostos, valores, ideologias e esperanças.

Ay amor...

Amores de Ovídio, poeta latino, apresenta um conjunto de estratagemas ao dispor dos amantes. Sensualidade, sedução, erotismo e traição são os ingredientes deste livro. Os amantes divertem-se nas teias da sedução e do engano, e aprendem a delinear, de forma lúdica, as tácticas de perversão.
Deixo-vos aqui um pequeno excerto:
"Mas tu, que vives tão seguro da tua formosa amada,
começa, logo ao cair da noite, a fechar as portas;
começa a indagar quem tantas vezes bate furtivamente à tua porta,
porque ladram, no silêncio da noite, os cães,
que tabuinhas leva e traz, afadigada, a criada,
porquê tantas vezes ela se deita no leito sem companhia.
Que este cuidado te roa, de quando em vez, as entranhas
e dê lugar e pretexto aos meus ardis."
(Trad. de Carlos André)
Já os Romanos se preocupavam com a arte do amor. Um óptimo instrumento para quem quer deliciar-se com as técnicas de sedução e, quiçá, aperfeiçoar as suas...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Elogio à Literatura

Numa época em que o exercício e a prática de ler Literatura, não só em contexto escolar, mas também num plano mais alargado da sociedade, vivem alguns momentos de crise, tornam-se necessárias a reflexão e a problematização sobre a importância daquela. Se a Literatura não necessita de se justificar porque possui um capital simbólico, uma arte gratuita e livre, não se pode, contudo, actualmente, deixar de se questionar sobre o seu presente e o seu futuro. A leitura está em crise, a Literatura deixou de ser uma marca de Homem culto. A actual cultura baseia-se noutras formas de aquisição, vindo esta arte a perder o prestígio que detinha até há uns anos atrás. No entanto, a abordagem deste problema deve passar, primeiramente, por uma reflexão sobre as finalidades da educação literária. O ensino da Literatura é importante porque: - proporciona experiências de emoção estética; - representa a língua no seu poder de expressão mais perfeita e completa; - permite adquirir conhecimentos de ordem linguística, estética e cultural; - contribui para o aperfeiçoamento da expressão escrita; - contribui para uma visão crítica do mundo; - desenvolve a formação cultural e cívica; - fomenta valores morais. O texto literário é o thesaurus da identidade nacional e o espaço de diálogo com outras realidades culturais e literárias (textos de outros povos, outras terras e culturas). O seu estudo reforça a consciência do ser português, das raízes culturais e identitárias, num mundo globalizado.

Ler...

"Não é a beleza mas sim a humanidade o objectivo da literatura..." (Salamah Mussa, Literatura Árabe Contemporânea)